quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Primeiro ELE



A minha pergunta hoje para você é: você está preocupado demais com os seus problemas para que não possa se importar primeiro com o coração de Deus e Seu eterno propósito?

Muitos cristãos inadvertidamente trocam a ordem; fazem uma inversão na vida cristã. Eles põem de lado o conhecimento de Deus e Seu propósito eterno e julgam como de maior importância o trabalho interior – que “eu” possa ser mais santo, ou que “eu” possa ser mais vitorioso ou que “eu” possa ser mais espiritual. Tudo o que esses crentes enfatizam é do lado do “eu” e não do lado de Deus. Mas a ordem na qual o Senhor está interessado é esta: que pelo fato de, primeiro, nós O conhecermos e Sua vontade eterna, Ele, por conseguinte, trabalhará em nós para atingir aquele objetivo. O trabalhar em nós é pelo amor do cumprimento do eterno propósito de Deus.

Nossa vitória e nossa obra pessoais são todos para esse propósito eterno.
Entre os filhos de Deus, muitos têm invertido a ordem. O que eles enfatizam são os seus problemas pessoais: como podem obter vitória pessoal, santidade pessoal ou respostas às suas orações pessoais. Naturalmente, há aqueles que não buscam a Deus de forma nenhuma; entretanto, entre os santos que buscam espiritualidade e desejam prosseguir com o Senhor, muitos deles parecem perseguir uma única coisa: como seus problemas pessoais podem ser resolvidos diante do Senhor. Tudo para que eles voltam a atenção são para seus problemas pessoais. O que eles desejam ter e anseiam ver da parte de Deus nada mais é do que livramentos para que possam viver uma vida de paz e felicidade. Muitos dentre o povo de Deus estão centralizados apenas em si mesmos – tudo na vida deles gira em torno deles mesmos, a tal ponto que tudo com que conseguem se preocupar é consigo mesmos.

Nós, de fato, precisamos do trabalhar de Deus em nossas vidas; realmente precisamos muito de vitória pessoal e de santidade, estamos inquestionavelmente precisando de força e poder pessoais e também estamos carentes de livramento e emancipação pessoais. Todavia, o cerne do problema não está nessas coisas. Deus espera que primeiro tenhamos VISÃO – que saibamos qual é a meta da Sua obra e, então, Ele trabalhará em nós para atingir Seu propósito. O propósito de Deus não é meramente nos dar vitória pessoal ou santidade pessoal, pois Seu objetivo não pode ser tão limitado.

Ele quer que nós vejamos que, de eternidade a eternidade, Ele tem Sua obra para realizar, e cada pessoa redimida tem uma parte em Seu plano. Ele trabalha em nós por meio da força do SEU poder com uma primeira e mais importante finalidade: PARA QUE POSSAMOS COMPLETAR SEU ETERNO PLANO.

Nossa visão está freqüentemente circunscrita a um alcance muito pequeno. Não conseguimos enxergar coisas maiores diante de Deus. Quão limitada é nossa compreensão! Ela é como uma criancinha segurando uma nota de dez reais nas mãos. Ela se sente o máximo. Ela olha para aquela cédula como se fosse toda a sua herança! Nossa visão é freqüentemente tão pequena quanto a dessa criancinha. Não vemos o todo nem o eterno. Nós precisamos compreender que Deus VÊ de eternidade a eternidade.

A minha pergunta novamente é: você está preocupado demais com os seus problemas para que não possa se importar primeiro com o coração de Deus e Seu eterno propósito?

Texto de Watchman Nee, extraído do livro “Espírito de Sabedoria e Revelação”, Editora dos Clássicos

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


Todos aguardam uma eleição que acontecerá em 2011, aqui no país, que definiráse o Sudão permanecerá sendo um só país ou se será divido em dois (Sudão do Norte com capital em Khartoum, onde a maioria das pessoas são árabes muçulmanos e o Sudão do Sul com capital em Juba, região que concentra os negros sudaneses que sobreviveram aos longos anos de guerra e resistência).


Contudo, queremos chamar a atenção para uma eleição Presidencial que ocorrerá em abril de 2010 (ou seja, dentro de 8 meses) que, por motivos muito óbvios, não terá ninguém que se atreverá a candidatar-se para concorrer ao cargo juntamente com o Sr. Omar Hassan Ahmad al-Bashir que é o presidente desde de 1989, quando tomou o poder mediante um golpe de Estado. Suprimiu todos os partidos políticos, censurou a imprensa e dissolveu o Parlamento, convertendo-se em Diretor do Conselho Revolucionário para a Salvação Nacional, assumindo o posto de chefe de Estado, primeiro-ministro, chefe das forças armadas e ministro da defesa. Em 4 de Março de 2009, o Tribunal Penal Internacional passou um mandado para a captura de Omaral-Bashir, o que ainda não aconteceu. Foi o primeiro Chefe de Estado emexercício a ser alvo de um mandado internacional de captura.

Já existem pontos de tensão e as pessoas começam a temer por essa primeiraeleição. As companhias de comunicação com sede em Khartoum (capital oficialdo país), desde o final de Julho, receberam ordens de cortar o acesso a internet da região sul do país (motivo pelo qual nós estamos tendo que utilizar internet nos escritórios das ONG´s instaladas aqui em Torit e que têm antenas de acesso direto aos satélites).


Da mesma maneira, alguns Departamentos Públicos de âmbito nacional, nãoestão mais recebendo dinheiro para a manutenção e salários dos funcionários, os veículos destes departamentos estão estacionados sem gasolina e sem manutenção.


Temos também conversado com os vários quenianos que vivem por aqui e alguns deles, já estão planejando voltar para seu país no final deste ano. Os poucos missionários que aqui estão, têm percorrido o interior do país e nos relatam casos dramáticos: as tribos estão desesperadas de fome e, por isso, estão atacando a todos que chegam por perto. Ademais disso, as muitas doenças os afligem.


O que impede que neste momento haja algum conflito maior é que a ONU tem uma base a cerca de 3 quilômetros de onde estamos, pois o que poderia fazer essageração de viúvas e órfãos?Por favor, não enfoque sua atenção apenas para o Referendum de 2011, massim, esteja intercedendo desde já por essa próxima eleição no mês de abril para que isso não cause nossos conflitos.


Pr. Marcelo Belitardo, Diretor MCM Índia e Norte da África


Publicado na Edição 11 da Revista MCMPOVOS

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SALVANDO E SENDO SALVOS


Quando a gente pensa em vir ao campo missionário, as primeiras coisas que surgem em nosso coração são: salvarmos vidas, ensinarmos a Palavra de Deus e tudo mais ligado a isso. Imaginamos que sabemos tudo, temos muito para dar e somos escolhidos de Deus com uma unção sobrenatural para mudarmos tudo o que achamos que está errado em outras culturas.
Essa motivação de transformação daquilo que possa estar errado nos padrões bíblicos e de bom-senso pode ser justa correta e boa.

E creio que Deus nos fez assim, nos chamou para uma missão e nos deu essa unção transformadora de vidas ao nosso redor. Entretanto, precisamos atentar para outro fato: Deus também quer atuar dentro de nós, transformando-nos de dentro para fora.
Enquanto estamos de longe, vendo fotos, ouvindo histórias sobre uma nação, claro que nasce em nós uma romântica paixão pelo país, pela cultura. Quando, no entanto chegamos àquele país, nos deparamos com os desmandos do povo, as contradições (segundo nosso ponto de vista).
Passamos a ver e viver todas as situações sem explicações lógicas diante de nossas lentes culturais. Nesse momento, fica difícil manter a chama de amor e paixão pelo aquele povo, paixão essa outrora acesa de forma romantizada e altamente, posso dizer assim, espiritualizada.
No meu humilde ponto de vista creio que essa é a primeira lição que aprendemos, esse é o primeiro ensinamento que temos no campo, esse é o primeiro estagio do tão chamado "choque cultural".
Nesse ponto percebemos que se não tivermos realmente uma Palavra de Deus sobre ficar com aquele povo, torna-se difícil manter a chama da missão e da paixão acesas. Podemos até começar a maltratar o povo, ao invés de abençoá-los.
Todavia, se resistirmos no amor e perseverança, com esperança e vencermos as primeiras etapas do choque, mesmo com as contradições do povo e terra, creio que começa um "segundo estagio". Começa o grande segundo desafio: somos confrontados com o fato de que nem tudo que pensamos que sabemos é certo. Começamos também a aprender muitas coisas na cultura.
Não digo com isso que nos "converteremos" a cultura local, mas começamos a ver que não somos os únicos que estamos "salvando" as pessoas, mas que estamos sendo salvos também.
Vamos vivendo coisas que mostram que havia situações dentro de nós que precisavam ser reveladas. Nada como um campo hostil para aflorarem sementes que a gente nem sabia que estavam dentro de nós. Não são poucos os missionários que chegam ao campo e começam a ter atitudes que não tinham em sua própria cultura, seu próprio "habitat".
Costumo dizer que o Nepal é como uma grande maquina de Raio-X de Deus que revela os mais profundos sentimentos escondidos em nossas entranhas. O Nepal tem me ensinado essa ótica, que enquanto vou sendo usado por Deus, Ele vai usando as situações do dia-a-dia para me ministrar e ensinar também. Nesse ponto existe uma interação e cumplicidade com a cultura.
Creio que Deus se ri de ver que a gente pensa que pode controlar muitas coisas, mas no Nepal, coisas corriqueiras como um simples banho quente pode se tornar uma dádiva divina ao percebermos que não temos o total controle de conseguir isso. Por mais simples que pareça, mesmo se tivermos energia, gás, fogo, etc. sempre poderá haver uma situação que mesmo tendo tudo disponível, a água continuara gelada...creio que os anjos se divertem ao perceberem que não temos o controle das situações que antes pensávamos que tínhamos.
Aqui no Nepal, um simples corte de cabelo não sai do jeito que o cliente quer, mas sim do jeito que o cabeleireiro escolher e decidir. Você pode até pedir, para se sentir no controle da situação e ter a paz de consciência que tentou, mas com certeza não será atendido. Afinal, vocês não acham que seria querer demais a gente escolher nosso próprio corte de cabelo? (risos).
Quando cheguei ao Nepal achava tudo errado, estranho, diferente do que eu cria como bom senso, mas com mais de oito anos aqui, vou percebendo que eles não estão errados, mas que tem outro jeito de ver e outro jeito de fazer as mesmas coisas que eu pensava que tinham de ser feitas de um jeito somente.
Com esse prisma, creio que nosso egocentrismo diminui e começamos a ver que devemos também alem de ensinar, aprender muito com o povo e cultura.
Agora já penso: os nepaleses é que estão certos, e que o Nepal é o lugar mais lindo da terra, que Deus colocou no Nepal a coroa da criação física e geográfica: os Himalaia, as maiores montanhas do mundo (detalhe: entre as 10 maiores montanhas do planeta, oito estão dentro da bela terra do Nepal, entre elas o Everest, a maior de todas).
Hoje já penso que eles são os certos e me divirto mais do que me estresso no louco trânsito que ninguém entende onde vai dar tanta buzina, tanta confusão, onde a regra é absolutamente não ter nenhuma regra.
Agora, vejo com emoção as lavouras entrecortadas nas montanhas, as cachoeiras que descem os montes, o povo simples cuidando se suas cabras nas áreas altas...tudo soa lindo, belo, manso, pitoresco. Eles não se preocupam com alta de dólar (afinal, o que é isso? dólar?) eles não têm ações de bolsa, não se preocupam com a vacilante eletricidade do Nepal que tem dado o ar de sua graça apenas oito horas dias por este tempo.
Claro que em muitas situações ainda creio que poderia ser diferente, mas em tudo vamos sendo salvos da perspectiva que "somente nós sabemos fazer as coisas". Vamos diminuindo e o com isso, o Senhor Jesus vai crescendo neles, e com isso digo que "vamos salvando enquanto sendo salvos também".
Creio que isso é muito bom, percebemos que não somos o centro do universo, mas Jesus sim é! Ele é tudo! Sabe tudo! Ensina tudo! Percebemos que nem sempre nossas convicções e posições são as coisas mais importantes da Terra, mas que Ele seja glorificado, isso sim é o mais importante.
Bem, apreciando todas essas coisas, acho que hoje sou mais nepalês do que brasileiro, (já ate gosto do corte de cabelo que o cabeleireiro escolher para mim).
Creio que nisso estou sendo salvo. Não que não seja bom ser brasileiro, mas é bom saber que nem tudo deve ser do jeito que penso que deve ser...creio hoje que é muito melhor ser nepali.
Abraços do lindo e contraditório Nepal. Desta terra amada de Deus e deste povo amado de Deus.


Silvio Tamang

(Diretor Geral do Programa Meninas dos Olhos de Deus no Nepal)


Artigo retirado da 5a Edição da Revista MCMPOVOS

terça-feira, 6 de outubro de 2009

QUANDO OUSEI COMPARTILHAR-ME



Por: Paul Tournier


Pelo fato de ter escrito bastante sobre a necessidade de nos tornarmos "pessoas" uns para os outros, muita gente chegou à conclusão de que eu sou uma daquelas almas abertas e calorosas, para quem é fácil estabelecer relações pessoais. Nada poderia estar mais longe da realidade. Uma olhada nos acontecimentos do início da minha vida, que influíram na formação do meu caráter, pode explicar algo sobre essa inabilidade de minha parte. Meu pai morreu quando eu tinha três meses de idade. Ele era pastor da Igreja de São Pedro, em Genebra, Suíça, aquele enorme monumento acinzentado onde Calvino pregou. Às vezes, eu tinha a impressão de que o homem que o sucedeu como pastor estava tentando substituí-lo também na minha educação. Ele me convidava para ir ao seu escritório e lá perguntava, com voz de janela rangendo: "Muito bem, Paul! Como vão as coisas com você, filho?" Eu ansiava realmente por lhe dizer, mas nenhum de nós tinha a menor idéia de como comunicar tais coisas um ao outro. Minha mãe também morreu quando eu era muito novo, e eu cheguei à adolescência sem jamais ter estabelecido um relacionamento real com alguém. Quando eu tinha doze anos, fui por acaso a uma igreja que não era a de São Pedro. Ali ouvi um sermão evangelístico apaixonado, bem diferente dos cultos solenes a que eu estava acostumado. Ao terminar, o ministro fez um apelo para irmos à frente.


Tímido como eu era, não poderia, é claro, apresentar-me na frente de tanta gente, mas, secretamente, dentro do meu próprio coração, entreguei minha vida a Jesus. Tive imediatamente a maravilhosa sensação de estar sendo chamado para fora deste mundo - onde, de qualquer forma, não me sentia muito à vontade -, a um lugar à parte. E o espantoso resultado foi que, da segurança desse meu lugar à parte, tornei-me um líder. No decorrer de minha adolescência e na escola médica, organizei e dirigi vários grupos de estudantes cristãos. As alocuções que eu proferia eram obras-primas de pesquisa, com citações de uma dúzia de filósofos e teólogos. Quanto mais abstrata era a coisa, mais eu sentia estar honrando a Deus. Contudo, durante todo esse tempo, meu ser íntimo permanecia tão afastado dos outros quanto antes. Não foi senão depois que me graduei na escola médica e comecei a praticar a profissão que as primeiras dúvidas indefinidas sobre tudo isso começaram a surgir. Eu era clínico geral nessa época e via as coisas que todo médico de família vê: a criança brilhante fracassando na escola, a família destroçada pelo alcoolismo, as pessoas idosas solitárias e amarguradas. Uma noite por semana, eu tinha um descanso desses problemas quando me reunia com um grupo de médicos cristãos para oração e estudos. Esses eram gloriosos serões, afastados dos aborrecimentos do dia tanto quanto eu acreditava que a religião devia ser. Por que, então, os rostos do meu consultório haveriam de vir distrair-me a atenção? Quanto mais eu tentava concentrar-me em assuntos teológicos, mais meu espírito vagueava a gente real, com seus problemas bem reais. Tinha trinta e quatro anos quando ouvi falar de um novo grupo cristão que se reunia em Genebra; um grupo que estava atraindo médicos, psicólogos, matemáticos, profissionais mundialmente famosos.


Lembro-me da empolgação com que fui à minha primeira reunião com eles em uma casa antiga e majestosa da "Rue Calvin". Que festim de erudição e permuta intelectual não seria! Imaginem minha perplexidade quando a primeira meia hora dessa assembléia de mentes brilhantes passou-se em total silêncio. Um silêncio "de escuta", explicaram; mas tudo o que se podia ouvir era o tique-taque do relógio que me dizia que tempo precioso estava sendo desperdiçado.


Finalmente, um eminente cientista começou a falar. Contou uma história irrelevante sobre ter omitido algo em sua declaração de imposto de renda. Mais silêncio. Então um teólogo de fama mundial relatou que havia escrito uma carta à sua irmã pedindo perdão por alguma antiga ofensa. Um psiquiatra narrou como tinha vencido a antipatia por certo paciente. E assim foi a coisa, enquanto eu escutava cada vez mais incrédulo: pequenos e triviais assuntos pessoais, nenhum grande tópico mencionado, muito menos resolvido. Ao mesmo tempo que incrédulo, estava me sentindo irritado com essa gente por desnudarem suas almas dessa forma. Lembro-me de ter dito secamente, no fim da noite: "Eu vim em busca de pão e vocês me deram pedra".


Estava, contudo, bem mais impressionado do que admitia até para mim mesmo. Indubitavelmente a irritação vinha do fato de que essa gente estivera falando coisas reais, e eu o sabia.Na manhã seguinte, um tanto de má vontade, sozinho no meu quarto, tentei esse negócio de ouvir Deus. E no silêncio comecei a compreender que eu nada sabia sobre seus pensamentos a meu respeito. Bem, eu podia tecer, em minha cabeça, discursos eruditos sobre ele, porém, com relação a abrir-lhe meu "eu", não sabia mais sobre como consegui-lo diante de Deus do que diante de outras pessoas. Assim, voltei aos meus novos amigos para aprender. E, enquanto eu gradualmente começava a conseguir pela primeira vez na vida real compartilhar, começava a descobrir que a religião não é um compartimento separado, à margem de nossas preocupações cotidianas, mas que quando nós o permitimos, ela pode permear e transformar completamente essas atividades. Mais difícil do que tudo para um indivíduo como eu, foi começar a aprender que nos aproximamos mais de Deus, não quando caminhamos à parte, mas sim, quando nos aproximamos uns dos outros.Uma das primeiras ordens que me vieram quando aprendi a cultivar esse silêncio de escuta, foi que eu devia visitar o ministro a cujo apelo havia respondido quando tinha doze anos. Lutei contra a idéia durante todo o caminho para a sua casa.


O que poderia o homem pensar de um perfeito estranho intrometendo-se em sua vida particular com alguma reminiscência pessoal? O que encontrei ali quando cheguei - e que somente Deus havia visto - foi um homem velho e alquebrado pela vida, nessa triste disposição de ânimo, parecia-lhe quase que desperdiçado. Ele ficou completamente atônito ao saber que seus sermões haviam transformado vidas e eram recordados através dos anos; foi como se eu lhe houvesse dado um presente de inestimável valor. Não muito depois disso, li nos jornais que ele falecera.


Através dessa e de dúzias de experiências semelhantes, compreendi aos poucos o poder que pode vir por meio do compartilhar, muito embora tal coisa fosse contra minhas tendências. E quando ousei compartilhar-me nas minhas relações cristãs, compreendi que isso também era necessário no meu consultório. Não devia olhar para meus pacientes como um caso, mas como uma pessoa; devia preocupar-me não apenas com seus sintomas, mas com sua família, seu trabalho, com todo o complexo de suas experiências passadas, suas esperanças e temores quanto ao futuro. Mais terrificante do que isso, para o indivíduo afastado e fechado que eu continuava a ser por instinto, foi saber que deveria também me tornar uma pessoa para meus pacientes. Não mais "monsieur le docteur" de avental branco e estetoscópio, mas um ser humano amigo que encarava os problemas da vida como seus próprios. Com o tempo, essa transformação do meu pensamento levou-me à psiquiatria, onde o ato de compartilhar pode ter surpreendentes resultados. Uma vez, Deus orientou-me para compartilhar com um paciente algo que me pareceu tão trivial - por demais embaraçoso, sem dúvida - que somente anos de aprendizado no confiar nele forçou-me a fazê-lo. Esse homem vinha me visitando havia várias semanas sem jamais descer ao que realmente o estava incomodando.


Certa manhã, ele me perguntou: "Como você usa o período de silêncio do qual você fala em seus livros?" Suspeitando que ele não estava realmente interessado, mas apenas procurando novamente evitar algum assunto que o assustava, disse-lhe: "Não vamos falar sobre isso. Vamos experimentá-lo". Fechamos nossos olhos e eu orei fervorosamente para que ele pudesse ter uma experiência real com Deus. Quão edificante seria se ele nos desse a ambos uma mensagem inspiradora! Contudo, em vez de inspiração, parece que tudo quanto eu conseguia pensar era sobre as contas que venciam nesse mês. "Tenho de me sentar esta noite", eu refletia, "e estudar as despesas de casa com minha esposa". Isso jamais deveria ter acontecido! Eu deveria estar dando um exemplo de oração e não preocupar-me com dinheiro! Então veio a ordem inconfundível: Confesse a esse homem o que você vinha pensando. Bem, eu resisti como sempre faço, mas finalmente falei. Ele ficou espantado. "É esse o meu problema", gritou. "Eu preciso mentir à minha esposa a respeito de dinheiro todos os dias, porque tenho uma vida secreta. Como você soube?" Com a verdade finalmente diante de nós, fomos capazes de encarar juntos seu problema.


Mas isso poderia não ter acontecido se eu tivesse tentado esconder-me atrás da fachada de "mentor espiritual"; se, de fato, tivesse me negado a compartilhar meu muito falível "eu".Porque descobri que não é quando estamos espiritualmente ensoberbecidos, mas, sim, quando somos mais humanos, que mais nos aproximamos de Deus. Essa é uma verdade que ele tem de me ensinar de novo todos os dias.


O Dr. Paul Tournier é um psiquiatra cristão suíço, autor de inúmeras obras. Este artigo foi publicado originalmente na revista "GUIDEPOSTS" em janeiro de 1971, e traduzido por Zenon Lotufo Jr.

(Artigo retirado do site: www.celebrandodeus.com.br)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

INOCENTE NINGUÉM

Nestes mais de 10 anos vivendo em diferentes países e com diferentes grupos étnicos, chorei em vários momentos ao ver tantas situações de necessidades e tantas histórias de sofrimento, mas Deus ainda tinha mais para mostrar-me...

Nestes últimos dias aqui no Sudão, estamos realizando um levantamento e registros dos órfãos de guerra e viúvas e, dia após dia, sem realizar nenhum anúncio, estamos recebendo dezenas de pessoas diariamente. Muitas crianças chegam sozinhas por não terem ninguém que as cuide e outras trazidas por alguém que permite que elas vivam em suas cabanas, mas que não têm a mímima condição de sustentá-las, nem ao menos um prato de comida. Diversas estão doentes e sem nenhuma esperança. Um desses garotos nos surpreendeu com seu nome de registro: “Innocent Nobody” (Inocente Ninguém)! As crianças estão sendo entrevistadas para sabermos sua real situação e histórico para que assim, possamos filtrar os casos mais emergenciais e é terrível vê-las chorando e soluçando quando contam sobre suas vidas lembrando-se de seus pais...

Normalmente, consigo conter minhas lágrimas e sentimentos, pois enfim, vivi em tantas circunstâncias difíceis antes, mas nestes dias não tenho podido conter-me... as lágrimas vêm e meu coração se quebranta.... Já são mais de 150 órfãos registrados em apenas 3 dias! Eles estão vindo porque ouviram dizer que o Pastor “Cabajo” (Pastor Branco) talvez poderá ajudá-los... Quem sou eu? Um homem rico? Não, somente um instrumento nas mãos do Senhor e uma ponte entre a Igreja brasileira e os sudaneses! Disse-lhes que não posso prometê-los nada, mas que farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudá-los.

Antes de virmos para cá, minha esposa e eu pedimos a Deus que pudéssemos ter alguns cuidados especiais para a nossa filha Amanda, de 4 anos e meio, como por exemplo: seu 1º ano em uma Escolinha. Ficamos tristes quando chegamos e vimos que quase tudo o que havíamos pensado para ela não seria possível devido às limitações do local. Todavia, quando pensamos que ela tem pais que a cuidam e a amam, uma casa para morar e que ela já tem Jesus em seu coração... isso é muuuuuiiiito mais do que todos esses órfãos têm!
No Brasil, poderíamos dar a ela uma linda Escolinha onde ela pudesse aprender ballet que tanto deseja entre várias outras coisas, ter excelentes professores e amiguinhos, viver próximo aos avós, titios e priminhos, sair para passear no shopping ou ir a praia e muito mais... mas o que seria destas crianças e viúvas sudanesas?

O Brasil tem um excelente nível de vida se comparado a muitos outros países e nossos filhos têm tantas roupas e brinquedos que podem até escolher e eles ainda terão pela frente muitas oportunidades para melhorar sua qualidade de vida... Mas o que faremos pelos outros povos? O que faremos pelas crianças sudanesas?

Pr. Marcelo Belitardo
Coordenador da MCM Norte da África e Índia
Escrevendo diretamente do Sudão

Para contribuir com esta obra, acesse e contribua: http://www.orfaosdosudao.com.br/

Divulgue!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ISLAMIZAÇÃO DA ÁFRICA


O islamismo começou a se espalhar pela África logo após sua fundação, após a fuga dos muçulmanos a perseguição em Meca. Começando pela Eritréia e Egito, os muçulmanos se estabeleceram na África por causa das atividades mercadoras comerciais e também o caráter proselitista do islã. Nos últimos dois séculos o motor do domínio islâmico na região foi a busca por regiões petrolíferas. Entre 1869 e 1914 o islamismo na África praticamente dobrou. Atualmente, a África é constituida de: 45% de muçulmanos, 40% cristãos e menos de 15% ateus ou seguem cultos africanos.

Algumas estimativas demonstram que a taxa de crescimento do islamismo é duas vezes mais rápida do que a do cristianismo na África. Abaixo os 15 países com maior população islâmica no continente:


Somália 100%
Mauritânia 100%
Saara Ocidental 100%
Djibouti 99%
Tunísia 98%
Marrocos 98.7%
Argélia 97%
Líbia 97%
Nigéria 96%
Senegal 95%
Mali 94%
Guiné 92%
Gâmbia 90%
Egito 85%
Sudão 80%


Somália

Na Somália, 100% muçulmana, para 90% das crianças em idade escolar, os únicos estabelecimentos de ensino existentes são as escolas corânicas. Após uma longa e sangrenta guerra civil, as únicas instituições que funcionam são os tribunais, escolas e mesquitas islâmicas. São estas instituições que conseguem trazer alguma ordem a zonas anteriormente anárquicas. A lei da sharia está em vigor desde 1993.



Sudão

A descoberta de petróleo no Sul do Sudão, em 1983, contribuiu para o reacender da guerra e conflito entre o Sul cristão e animista e o norte muçulmano. Desde então, as diferenças religiosas e étnicas têm sido usadas como arma para controlar as áreas de produção. Cartum procura impor a Sharia a todo o país, ao contrário dos outros Estados africanos, onde apenas é imposta às comunidades muçulmanas.


Fonte: “Penetração islâmica na África” * Carla Folgôa
Licenciada em Relações Internacionais pela UAL. Assessora da Direcção do Conselho Português para os Refugiados.



Artigo retirado da Revista MCMPOVOS, Ano 1, Edição 10

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A mulher de Samaria



O texto de João 4: 1-30 é um retrato comparativo que o Senhor desejou traçar entre a vida que tem como fonte aquilo que este mundo oferece e a vida que tem como sua fonte, Ele mesmo. A vida que esse mundo ilusoriamente oferece é diametralmente contraposta à vida que Cristo oferece e que verdadeiramente sacia.

Existem muitos pontos que podem ser observados nesta passagem. Em primeiro lugar, Samaria era um lugar em que Jesus, que ia para a Galiléia, propositalmente parou. Isso fala da soberania de Deus em prover circunstâncias de encontro entre os sedentos e Aquele que nos dá vida.

Observamos também, pelo próprio texto, que a mulher era samaritana. Culturalmente era um grande escândalo um judeu falar com uma samaritana. Era como uma grande humilhação e até mesmo contaminação, segundo os raciocínios da época. Isso nos fala que Jesus está acima de qualquer impedimento, seja ele físico, cultural, ou da nossa própria natureza e caráter. Ele, que é Deus, se humilhou na forma humana e se aproximou de todos nós por meio de Sua encarnação. Creio que o aproximar de Jesus à mulher samaritana nos remete ao aproximar de Cristo à humanidade, quando do céu desceu para suportar a forma humana.

“o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, mas esvaziou-se de si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens” Fp 2: 6-7

O aproximar-se de Jesus a nós é uma expressão da GRAÇA. Graça é DEUS se dando a nós por meio de CRISTO, para fazer em nós e por nós aquilo que jamais poderíamos fazer. Quando Jesus, um judeu, se aproxima da mulher samaritana Ele manifesta essa graça. Não se aproxima de ninguém por causa de merecimento, mas sim pelo Seu desejo de dispensar-se a todos que têm sede de vida.

Alguns dizem que Ele queria quebrar os tabus da época. Creio que essa não era Sua intenção. Sua intenção de aproximação da mulher samaritana tinha uma finalidade muito superior: oferecer algo que somente Ele possuía, que realmente poderia saciá-la. Assim Ele fez quando encarnado se aproximou da humanidade, revelando um conceito a respeito de vida que somente por meio Dele mesmo poderia ser revelado a todos nós.

Sobre esse NOVO CONCEITO a respeito de vida que todo o quadro do encontro desse texto trata.

A mulher de Samaria tinha expectativas de que a sua necessidade iria ser suprida pelas coisas que esse mundo oferecia a ela. Sua esperança de satisfação estava depositada na fonte do que a terra lhe provia. Todavia, bem sabia que nenhuma das coisas que buscou verdadeiramente a satisfizeram. Pelo menos dois pontos demonstram isso:

1 - Quando ela deseja a água do poço. A água do poço é uma água parada, é uma água que brota dos lençóis da Terra. A melhor tradução para a palavra poço é, na verdade, a palavra fonte. Fonte significa o lugar de onde vem o suprimento. A fonte de Jacó representa o suprimento que vem da Terra. Esse poço não representa simplesmente uma figura natural, mas também uma figura a respeito da fonte espiritual na qual a mulher se supria. Jesus poderia ter se encontrado com essa mulher em outro lugar. Poderia tê-la parado na rua, ou se aproximar enquanto comprava um figo na feira, mas não. Ele decidiu se encontrar com ela no poço de Jacó. Por quê? Porque ali ela seria confrontada com as DUAS FONTES. A fonte que por gerações e gerações sempre serviu a seu povo e a nova fonte que se apresentava diante dela, que não vinha da Terra, mas era uma PESSOA. Logo no começo da conversa existe um questionamento que a mulher coloca: “Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva”? verso 11.

2 – Quando ela pede a Jesus a água que sacia. “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la”, verso 15. Jesus se apresentou para a mulher como a água que sacia, a água da vida. Imediatamente, como se estivesse desesperadamente desejosa por exatamente isso, a mulher pede a Jesus! Veja bem o que ela disse: “para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la”. Ela sabia que não era somente uma questão de sede natural. Ela sabia que o poço de Jacó não se tratava apenas de uma figura natural na sua vida, mas de um teto espiritual. Ela sabia que aquele poço era a representação de uma vida insaciável.

Podemos tirar algumas aplicações a respeito do comportamento da mulher de samaria:

1 - Muitas vezes, nós estamos com a nossa expectativa de sermos supridos completa ou parcialmente com os olhos no que esse mundo pode prover. Inquietamos-nos porque precisamos ter uma série de coisas, senão, não seremos felizes e satisfeitos. Não é problema ter coisas, pelo contrário, é bom! Entretanto, quando a condição da nossa satisfação está nessas coisas, isso é um problema. O problema é quando vivemos insatisfeitos, vivemos com sede de mais, de algo mais e nunca nos saciamos e achamos que as coisas desse mundo vão poder nos saciar definitivamente, aí estamos no mesmo engano que a mulher de Samaria.

Você tem sua expectativa no poço de Jacó? O quê você está buscando? Do quê você tem reclamado? Qual tem sido o seu alvo de insatisfação?

2 – Precisamos cuidadosamente olhar para nosso coração e sinceramente analisar se a dor, ou a ferida, ou a insatisfação com a vida, a chateação com relacionamentos pode ter alguma solução com base naquilo que esse mundo oferece. Você realmente acredita que esse mundo pode apresentar a solução para a nossa insatisfação com o que quer que seja? Apesar de muito simples, precisamos compreender que: a fonte da satisfação não está em nada daquilo que esse mundo pode oferecer. Precisamos chegar à mesma conclusão que a mulher de Samaria: eu estou sedenta e este poço na qual gerações beberam é totalmente incapaz de suprir a minha sede! Diante das insatisfações detectadas em sua vida, você pode perceber o quanto tem insistido em buscar uma solução que venha deste mundo? Renda-se diante das suas frustrações e beba do Único que pode suprir verdadeiramente!

3 - Esse evento da mulher de Samaria nos comprova algo: a raiz de nossas frustrações e inquietações não está fora de nós, mas dentro de nós! Se a cobiça não estiver em nosso coração, o desejo de posse perde a sua força e sentido. Se a própria vida de Cristo estiver transbordante em nós, estaremos tomados de toda a plenitude! Quem é pleno não pode ter falta de nada. Jesus precisava comer, vestir-se, dormir, mas Ele era pleno de vida. A vida natural e todas as nossas necessidades não são ignoradas, mas o sentimento de INSATISFAÇÃO não vem de fora para dentro, mas de dentro para fora. Esse sentimento vem de um coração que não percebeu ainda sua verdadeira fonte.

Independente do estado ou da situação que passamos ou poderemos passar, essa verdade é consoladora: para nós está disponível uma água que nos sacia e que faz de nós uma fonte a jorrar para a vida eterna, em qualquer tempo ou situação. Essa é uma verdade eterna!

Não por acaso Jesus traz à tona a questão dos maridos da mulher samaritana. Era nos relacionamentos que ela buscava a satisfação de sua alma despedaçada. Na situação mais deplorável em que aquela mulher se apresentava, Ele é solução! Tantos maridos nós temos quando nos associamos ao que o mundo apresenta, em tentativas frustradas de obter satisfação, mas mesmo depois de termos nos casado e nos frustrado tantas vezes, finalmente Nele podemos encontrar nosso Noivo eterno! Descansados nos braços Daquele que finalmente é a nossa própria vida. Para quem fomos feitos e predestinados.

Finalmente é importante observar que essa grande confrontação entre a fonte do mundo e a fonte que é Cristo resulta em outro assunto: adoração.

Quem não tem revelação não pode adorar. A adoração é uma atividade que só pode ser feita em espírito. A adoração é uma reação à revelação. Revelação de quê? De que Ele é a fonte da VIDA, de que Ele é o messias que viria e Nele reside toda a nossa existência, de que Ele é a expressão exata do ser de Deus, Aquele que preenche tudo em todos.

Que possamos compreender essa verdade: a fonte de TUDO está agora habitando em nós, do que poderemos ter falta?

“Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida”. Apocalipse 21:6

terça-feira, 18 de agosto de 2009

REMADORES DO ÚLTIMO PORÃO




Os textos originais da Bíblia não utilizavam a palavra “servo” quando se referiam àquelas pessoas subjugadas ao esquema escravocrata. Ao invés disso, emprega-se de fato a palavra: escravo. A língua grega apresenta pelo menos três variantes da palavra escravo. Uma delas é a palavra upêdêtê.


Os “upêdêtês” faziam parte de uma classe de escravos condenados à morte pelo Império Romano. A sentença desses condenados era de que deveriam remar até a morte. Até que esse sofrível destino se cumprisse, eles deveriam viver acorrentados nos últimos porões das embarcações romanas, empilhados em caixas e faziam ali mesmo todas as necessidades fisiológicas. A única fuga era a morte. À medida que se descia as apertadas escadas daqueles portões, maior se tornavam o calor, as trevas e o mau cheiro que vinham do último porão. Ali podia-se ver um dos mais deploráveis quadros de escravidão humana, um cenário simplesmente miserável e desumano.

Em I Coríntios 4:9 Paulo diz: “Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens”. Interessante observar que a palavra utilizada para empregar o termo “último lugar” é exatamente a palavra upêdêtê, “escravo do último porão”.

Parece um tanto contraditório comparar a vida cristã a um bando de condenados acorrentados no fundo de um navio malcheiroso. E para ser sincero, também resisti durante algum tempo para aceitar tal idéia como verdadeira. Paulo, como cidadão romano, conhecia muito bem quem eram e como viviam aqueles escravos, e por isso, não cometeria nenhum tipo de engano ao usar a palavra upêdêtê para dizer que somos escravos de Cristo.

Um obreiro aprovado está pronto para ser colocado em último lugar. Pronto para ser esquecido e para momentos de humilhação. Em tempos difíceis, tempos em que a maioria decide murmurar e criticar, esse obreiro silenciosamente desce as escadarias que levam ao último porão.

Você já ouviu alguma vez alguém condoído, choramingar:
-“Ah! Ninguém se lembrou de mim! No final da conferência, o pastor subiu ao púlpito carregando uma lista com mais de 20 nomes. Você acredita que ele citou o nome de todo o mundo, mas não citou o meu? É muita ingratidão depois de tudo que eu fiz”!

Manifestações desse tipo revelam o anseio por reconhecimento e evidenciam o despreparo ministerial de quem as faz. Um verdadeiro escravo não espera recompensa por seus serviços. Seu trabalho é feito em silêncio e não visa autopromoção. Esse é um trabalho que ecoará na eternidade: “um trabalho fabricado no escuro do derradeiro portão, onde não há sons de elogios e nem aplausos de multidões.

Lamentavelmente temos presenciado um tempo de estrelismo no cristianismo moderno. Julgamos possuir a teologia mais refinada de todos os tempos, nossos seminários são os mais respeitados; no entanto, é estranho que diante de uma bagagem tão ampla não tenhamos aprendido quase nada a respeito da importante lei do “crescer para baixo”, lei vivida e lecionada por João Batista.

É certo que ele nunca freqüentou uma sinagoga que pelo menos refletisse um pouco da estrutura que temos hoje. Contudo, ao olharmos para a vida desse homem rude, eu descubro que poucos de nós possuímos a teologia que ele aprendeu no deserto: “importa que eu diminua e Ele cresça”, João 3:30. A glória de Cristo em mim deve, de alguma forma, continuar me empurrando para algum canto escuro do palco, enquanto o círculo de luz acompanha centralmente a Pessoa de Cristo no cenário.

Que Deus abençoe os “remadores” que têm sido erguidos ao longo dos séculos em Sua Igreja.

“Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória”. Salmo 115:1

Pr. José Rodrigues,

(O texto é baseado no Capítulo 8 do livro “Ação da Cruz”)


Texto publicado na Revista MCMPOVOS, Ano 1, 7a Edição

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Nepal: um olhar mais de perto



Por Liliana Peixoto
(aluna da MCM Escola que passou um período de transcultural no Nepal)

Depois que cheguei ao Brasil, há exatamente uma semana, quase fui atropelada por duas vezes. É porque, de maneira distraída, atravessei na frente de carros achando que eles iam parar. Então depois do susto dei uma risadinha lembrando-me das palavras da Eliza: “Não corre!!! Se correr, o carro bate... se andar, carro pára!”.
No Nepal é assim! Como em qualquer outro lugar, as ruas estão cheias de carros, vans, motos, bicicletas, mas nesse caso, tem também alguns poucos ônibus, rickshaws, vacas e gente, muita gente “cortando” tranquilamente por entre os carros, sem o menor temor de serem atropeladas. Além dos manifestantes. Todos os dias? Sim, ou pelo menos, praticamente. São dezenas de pessoas com alto falantes e placas protestando pela falta de energia ou água, política, atropelamentos, ou qualquer outro motivo que não agrade. Tudo acaba em “bhanda” (protesto).
Para organizar um pouco as coisas, eles contam com um instrumento utilizado por todos: a buzina. É uma sinfonia ensurdecedora que conduz a todos. É comum ver na traseira de veículos maiores um adesivo dizendo “Por favor, buzine!”. E ninguém hesita cumprir com a solicitação. Um dia tomei um susto enorme quando ouvi uma buzina de caminhão bem atrás de mim e quando olhei... era uma bicicleta!
As vans são o transporte público mais comum nas ruas de Kathmandu, a capital. Dentro delas, mais uma vez a física é desafiada e vencida. Onde tem lugar para um, podem ir dois e onde três se acomodariam, cinco se apertam sem reclamar. O tuk tuk também faz sua vez. Em um espaço de 1 X 1,5 metros, 12 adultos vão sentados com crianças, compras, botijões de gás, e às vezes, cabritos e galinhas. E nos táxis é absolutamente comum o taxista dar carona para alguém sem pedir sua permissão, e isso não dá direito a desconto no final da corrida.
Uma bagunça aos meus olhos brasileiros, mas eles se entendem muito bem. Durante 11 meses, nunca vi uma briga sequer no trânsito! Eles não consideram “barbeiradas” motivos justos para travar uma discussão com um irmão e lá todos são irmãos ou irmãs, não existe, por exemplo, a palavra “primo” na língua Nepale. Mesmo aqueles que você não conhece devem ser tratados como Dai (irmão mais velho) ou Didi (irmã mais velha) e Bhai (irmão mais novo) ou Bhoini (irmã mais nova). É uma questão de respeito. O respeito dita muitos comportamentos na sociedade nepalesa: pelos mais velhos, pela terra que tem “cada palmo cultivável”, literalmente. É comum ver arroz plantado em jardins ou quintais. Até na língua há várias formas de falar a mesma frase, mudando pronome e verbo de acordo com a pessoa a quem você se refere.
Respeito, aliás, é uma das maiores lições que aprendemos vivendo lá. Respeito quanto às diferenças. Os nepaleses comem com as mãos. Uma vez um missionário perguntou a um rapaz se ele não achava anti-higiênico e ele respondeu que tinha nojo era de colher, porque “com minha mão como eu, mas com isso, qualquer pessoa come”. Tudo depende de como você vê.


Publicado na Revista MCMPOVOS, Ano 1, 9a Edição

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Continente em chamas

Foto: Patrick-Andre Perron



Apesar de ser o segundo continente mais populoso da Terra (com 920 milhões de habitantes), poucos conhecem a verdadeira realidade a respeito das guerras civis que até hoje assolam o continente africano. A mídia internacional se move muito lentamente para conscientizar o mundo a respeito das atrocidades cometidas em diversos países.


Depois da segunda Grande Guerra, em 1945, a maioria dos países africanos subjugados pelo domínio colonial viu no enfraquecimento dos países europeus a oportunidade de liberdade. Desde então, um violento processo por independência foi desencadeado no continente e subseqüente a isso, disputa interna pelo poder.


Em toda a história da África, foram milhões de civis mortos em conflitos internos. Entre os países que passaram por maiores conflitos estão: Ruanda, Uganda, Angola, Moçambique, Sudão, República Democrática do Congo, Etiópia, Nigéria, Serra Leoa, Eritréia, Libéria, Algéria, Burundi, Zâmbia e Zimbábue. Dentre esses, a maioria ainda está em conflitos. O resultado é um cenário de desolação, desestruturação da capacidade produtiva, empobrecimento, destruição das estruturas familiares, milhares de órfãos e viúvas e mais tantos milhares de refugiados, distanciados de sua terra, sua casa e seu povo, em campos improvisados.


Na maioria desses países, o ódio ainda é vívido nos olhares. Muitos viram vizinho matar vizinho, irmão matar irmão, perderam filhos ou a família inteira. Mutilados e minas ainda coexistem em Angola, embora mais de 60 mil minas já tenham sido desativadas nos últimos 10 anos. A comunidade internacional tem, a passos muito curtos, buscado promover um processo de moralização e democratização da política nos países africanos. Espera-se que a África passe para um novo tempo de mudança e restauração, embora os países de fora do continente não se mostrem muito prontos a ajudar.


Dois casos: Ruanda e Sudão (Darfur)



Conhecido como um dos maiores genocídios da humanidade, a guerra civil de Ruanda deixou cerca de 800 mil mortos em menos de 100 dias. No ano vermelho de 1994, a disputa entre Tutsis e Hutus pelo poder do país desencadeou uma das maiores manifestações de violência civil já vistas na história de todo o mundo.

Os Hutus dominaram o Governo depois da independência do país em 1967, entretanto oprimiam e usavam de violência com a minoria Tutsi. Revoltados, os Tutsis organizaram uma frente rebelde, a Frente Patriótica de Ruanda e forçaram os Hutus a dividir o poder. Mas a situação estourou quando os rebeldes Tutsis mataram o presidente, o estopim para um dos piores massacres da humanidade. Em algumas vilas, a milícia Hutu que se estruturou contra os rebeldes incitava que Hutus matassem vizinhos Tutsis, e até mesmo obrigavam Tutsis a matar membros da própria família.

O resto do mundo simplesmente assistiu. "Estamos aqui em reconhecimento do fato de que nós, nos Estados Unidos e a comunidade mundial não fizemos tudo o que podíamos para tentar limitar o que aconteceu”, declarou Bill Clinton, em visita a Ruanda (1998).

Em setembro de 1998, a Corte Criminal Internacional para a Ruanda - um tribunal especialmente criado pelas Nações Unidas para julgar crimes de guerra e crimes contra a humanidade naquele país proferiu uma sentença de condenação por crime de genocídio, a primeira em toda a história humana. Aquele tribunal internacional condenou um homem de nome Jean-Paul Akayesu por considerá-lo culpado de genocídio e crimes contra a humanidade, pois o mesmo havia participado e supervisionado tais episódios sangrentos enquanto era prefeito da cidade ruandense de Taba. Resta saber se esse tipo de atitude pode de fato evitar eventos semelhantes no futuro.

Darfur, região mais a Oeste do Sudão, tem passado por conflitos que deixam até mesmo os mais experientes diplomatas e especialistas confusos e perplexos. Depois de diversas tentativas de negociação de paz frustradas, ainda não teve fim a crise que já matou cerca de 400.000 civis e deixou 2 milhões de refugiados.

O Sudão já passou por duas guerras civis (disputas entre Sudão do Norte muçulmano e Sudão do Sul cristão e animista) e enfrenta conflitos internos desde sua era pós-colonial com início em 1956. O caso de Darfur, entretanto, não é entre essas duas forças religiosas e econômicas distintas, mas de grupos rebeldes darfurianos contra o governo sudanês e caracteriza-se mais por um conflito político, até o momento sem solução.



Revista MCMPOVOS 7a Edição

www.mcmpovos.com.br/revista

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Crianças na mira do Islã - MADRASSAS: treinamento terrorista

Foto Ilustrativa

Em maio, o jornal The New York Times publicou uma matéria a respeito do investimento do Islã na educação e treinamento de crianças paquistanesas. Especialmente em regiões muito pobres e esquecidas pelo Governo, muitos pais vêem nas escolas islâmicas a saída para o investimento na educação de seus filhos. O custo é que a educação não vai muito além da memorização do Corão e da criação de um pensamento favorável à causa militante islâmica.


“Mas se o Estado esqueceu as crianças locais, os mulás não o fizeram. Dada a ruína do sistema de educação pública do país, as famílias mais pobres do Paquistão vêm recorrendo às madrassas, ou escolas islâmicas, que alimentam e abrigam crianças e difundem uma forma de islamismo mais militante do que a tradicional no país”, relata o Jornal.


A estratégia para criar gerações de terroristas capazes de matar e morrer pela causa do Islã não é tão recente quanto se parece. Já são mais de 12.000 madrassas registradas em todo o país, mas acredita-se que nem todas tenham se apresentado, sendo o número ainda maior. Em uma análise dos perfis de terroristas suicidas envolvidos em recentes ataques no Punjab, a polícia local afirma que mais de dois terços foram alunos de madrassas.


"Estamos no início de uma grande tempestade que vai varrer o país", disse Ibn Abduh Rehman, diretor da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, uma organização independente. "Para o Paquistão, é um alerta vermelho".


Não afirmamos assim que toda educação muçulmana visa à violência, mas há uma tendência desse processo observado nas madrassas.


A educação sempre foi um caminho utilizado para levantar uma geração politicamente conformada segundo os desejos de quem ensina. A palavra ENSINAR, dentre outras coisas, significa “deixar uma marca” e também “adestrar”. O Islã tem demonstrado conhecer muito bem o poder de adestrar gerações segundo o ódio, a violência e a religião islâmica. Os frutos desse investimento já estão sendo colhidos.


No comunismo, a educação foi o maior alvo de mudança e preocupação. Na China de Mao, era inculcado nas mentes um valor supremo: o Estado estava acima da família e do indivíduo. As gerações subseqüentes eram ainda mais cruéis, capazes de denunciar e ferir os próprios pais.
O filósofo Immanuel Kant afirma que "o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele” e Nelson Mandela dizia que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.


Entendendo isso, a Igreja do Senhor Jesus deve se aplicar no zelo do ensino de suas crianças e, ainda mais, investir nas nações, para que tenham o ensino que as conduzirá seguramente num futuro de liberdade e verdade. Por isso, a Escola do Nepal é um de nossos focos e a primeira de várias escolas que desejamos implantar nas nações! Convidamos você a fazer parte disso! (mcmtribos@mcmpovos.com)

“Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”, I Timóteo 4:16.


Revista MCMPOVOS – Edição 7 – Junho 2009

Fonte: The New York Times
Foto ilustrativa (sxc.hu)
ASSISTA UM VÍDEO SOBRE O NORTE DA ÁFRICA E O ISLAMISMO:

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Profecia que se cumpriu - AFEGANISTÃO

Tumba de Zahir Shah, último rei afegão.


O Presidente dos Estados Unidos D.D. Eisenhower, em 1959, solicitou ao Rei Zahir Shah permissão para a construção de uma igreja cristã no Afeganistão, uma vez que uma Mesquita havia sido construída na capital americana para que os diplomatas muçulmanos pudessem adorar seu deus. Igualmente, argumentou que seus colegas cristãos também precisavam de um local em Kabul.


A autorização foi diplomaticamente dada e cristãos de todo o mundo contribuíram para a construção do prédio. Após terminada, foi dada uma ordem a tropas do governo de Kabul para destruir a igreja. Quando começaram a bater nas paredes, os cristãos, ao contrário de resistir, ofereciam biscoitos e chás aos agressores. Vendo aquilo, um cristão alemão foi até o responsável pela ordem daquela destruição e profetizou: “Se o seu Governo tocar na Casa de Deus, Deus irá colocar por terra o seu Governo”. O responsável encaminhou uma carta obrigando que os cristãos entregassem a igreja ao Governo. Os cristãos simplesmente responderam que não podiam porque aquele prédio não era deles, mas do Senhor e se eles o tocassem, teriam que se responsabilizar diante de Deus.


Trabalhadores islâmicos, radicais, polícia se dirigiram para o local e destruíram a Igreja. Irmãos de todo mundo oraram e escreveram cartas às Embaixadas Afegãs em todo mundo. Billy Graham e outros líderes cristãos escreveram uma carta de consideração e encaminharam ao Rei.No dia 17 de julho de 1973, a destruição da igreja tinha terminado. Naquela mesma noite, o Governo Afegão responsável pela destruição foi destituído por uma rebelião. Aquele Governo estava no poder há 227, mas naquela noite foi destronado. Zahir Shah foi o último Rei Afegão.
Artigo publicado na Revista MCMPOVOS, Ano 1, 2a Edição

terça-feira, 28 de julho de 2009

Órfãos do Sudão


Muitas vezes vemos na TV aqueles meninos africanos magros e nos comovemos, até esboçamos um enxarcar dos olhos, mas quando desligamos o noticiário tudo volta ao normal.

Afinal, não é culpa minha que o mundo virou essa bagunça e sofrimento. Não fui eu que escolhi a árvore do conhecimento do bem e do mal que trouxe todo esse juízo sobre a Terra. Graças a Deus estou aqui com Jesus e estou abençoado.

Todavia, como cristãos, muitas vezes nos esquecemos de que à Igreja de Cristo já foi delegada uma responsabilidade sobre a Terra há mais de dois mil anos. A miséria espiritual e natural do mundo é culpa da igreja sim. Ela tem a solução para as trevas do mundo, mas insiste em retê-la porque não aprendeu, como o grão que deve morrer na Terra, para que aí sim dê muito fruto.

Vamos aos cultos, levantamos os braços e dizemos: "Jesus, quero te servir"!
Mas dentro de nós uma "pequena ressalva" nos torna bastante hipócritas; em nosso íntimo pensamos: "desde que isso não implique em gastar o meu tempo e muito menos o meu dinheiro que mal paga as contas, pobre de mim".

A igreja no Brasil está terrivelmente cega e doente. Anda às voltas preocupada com grandes templos, "a minha bênção, o meu casamento, o meu carro, a minha célula, os meus discípulos". Interessante que não se sabe onde foi parar o coração de Jesus em meio a tudo isso. Naquele dia muitos dirão que no Nome Dele expulsaram demônios e curaram, mas a resposta de Jesus será: apartai-vos porque não vos conheço!

Me dói demais imaginar que posso chegar um dia diante de Jesus e Ele me dizer isto. Mas Ele mesmo deixou claro: "toda vez que fizestes bem a estes pequeninos, a mim o fizeste" Mt 25. E assim Ele dirá: "Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo", verso 34.

Não sou a favor de um Evangelho que só prega o social. Isto está totalmente equivocado e não passa de ativismo para aliviar a consciência e enaltecer a si mesmo. Obras sem fé são apenas obras. Obras sem o caráter de Cristo são apenas obras.

Mas que fique bem claro que a fé, sem as obras, é morta.

Não se pode dissociar a fé cristã da compaixão pelo outro. Cristo era santo, por isso fazia o que era o bem. Ele nunca teve que fazer o bem para provar quão bom Ele era.

Somos aceitos pelo Pai por causa do Sangue de Jesus, mas somos conhecidos de Cristo quando caminhamos com Ele: não para fazer a própria vontade, mas Daquele que O enviou.

Você ora meses e e faz mais tantas outras campanhas para descobrir a grande vontade de Deus para sua vida? Não precisa tanto, a Bíblia é clara em dizer que nosso propósito é glorificar o Nome de Jesus. "A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo", Tg 1:27.

Por isso quero te desafiar a fazer algo prático, hoje mesmo.

A MCM, uma missão que visa alcançar os confins da Terra para Cristo tem desenvolvido um trabalho de resgate de órfãos no Sudão. Para quem não conhece a realidade desse país e deseja fazer algo real, acesse:

www.orfaosdosudao.com.br

Talvez essa é uma oportunidade que Jesus te apresenta hoje para servi-Lo.


"porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me"
Mateus 25:35-36