sexta-feira, 23 de outubro de 2009


Todos aguardam uma eleição que acontecerá em 2011, aqui no país, que definiráse o Sudão permanecerá sendo um só país ou se será divido em dois (Sudão do Norte com capital em Khartoum, onde a maioria das pessoas são árabes muçulmanos e o Sudão do Sul com capital em Juba, região que concentra os negros sudaneses que sobreviveram aos longos anos de guerra e resistência).


Contudo, queremos chamar a atenção para uma eleição Presidencial que ocorrerá em abril de 2010 (ou seja, dentro de 8 meses) que, por motivos muito óbvios, não terá ninguém que se atreverá a candidatar-se para concorrer ao cargo juntamente com o Sr. Omar Hassan Ahmad al-Bashir que é o presidente desde de 1989, quando tomou o poder mediante um golpe de Estado. Suprimiu todos os partidos políticos, censurou a imprensa e dissolveu o Parlamento, convertendo-se em Diretor do Conselho Revolucionário para a Salvação Nacional, assumindo o posto de chefe de Estado, primeiro-ministro, chefe das forças armadas e ministro da defesa. Em 4 de Março de 2009, o Tribunal Penal Internacional passou um mandado para a captura de Omaral-Bashir, o que ainda não aconteceu. Foi o primeiro Chefe de Estado emexercício a ser alvo de um mandado internacional de captura.

Já existem pontos de tensão e as pessoas começam a temer por essa primeiraeleição. As companhias de comunicação com sede em Khartoum (capital oficialdo país), desde o final de Julho, receberam ordens de cortar o acesso a internet da região sul do país (motivo pelo qual nós estamos tendo que utilizar internet nos escritórios das ONG´s instaladas aqui em Torit e que têm antenas de acesso direto aos satélites).


Da mesma maneira, alguns Departamentos Públicos de âmbito nacional, nãoestão mais recebendo dinheiro para a manutenção e salários dos funcionários, os veículos destes departamentos estão estacionados sem gasolina e sem manutenção.


Temos também conversado com os vários quenianos que vivem por aqui e alguns deles, já estão planejando voltar para seu país no final deste ano. Os poucos missionários que aqui estão, têm percorrido o interior do país e nos relatam casos dramáticos: as tribos estão desesperadas de fome e, por isso, estão atacando a todos que chegam por perto. Ademais disso, as muitas doenças os afligem.


O que impede que neste momento haja algum conflito maior é que a ONU tem uma base a cerca de 3 quilômetros de onde estamos, pois o que poderia fazer essageração de viúvas e órfãos?Por favor, não enfoque sua atenção apenas para o Referendum de 2011, massim, esteja intercedendo desde já por essa próxima eleição no mês de abril para que isso não cause nossos conflitos.


Pr. Marcelo Belitardo, Diretor MCM Índia e Norte da África


Publicado na Edição 11 da Revista MCMPOVOS

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SALVANDO E SENDO SALVOS


Quando a gente pensa em vir ao campo missionário, as primeiras coisas que surgem em nosso coração são: salvarmos vidas, ensinarmos a Palavra de Deus e tudo mais ligado a isso. Imaginamos que sabemos tudo, temos muito para dar e somos escolhidos de Deus com uma unção sobrenatural para mudarmos tudo o que achamos que está errado em outras culturas.
Essa motivação de transformação daquilo que possa estar errado nos padrões bíblicos e de bom-senso pode ser justa correta e boa.

E creio que Deus nos fez assim, nos chamou para uma missão e nos deu essa unção transformadora de vidas ao nosso redor. Entretanto, precisamos atentar para outro fato: Deus também quer atuar dentro de nós, transformando-nos de dentro para fora.
Enquanto estamos de longe, vendo fotos, ouvindo histórias sobre uma nação, claro que nasce em nós uma romântica paixão pelo país, pela cultura. Quando, no entanto chegamos àquele país, nos deparamos com os desmandos do povo, as contradições (segundo nosso ponto de vista).
Passamos a ver e viver todas as situações sem explicações lógicas diante de nossas lentes culturais. Nesse momento, fica difícil manter a chama de amor e paixão pelo aquele povo, paixão essa outrora acesa de forma romantizada e altamente, posso dizer assim, espiritualizada.
No meu humilde ponto de vista creio que essa é a primeira lição que aprendemos, esse é o primeiro ensinamento que temos no campo, esse é o primeiro estagio do tão chamado "choque cultural".
Nesse ponto percebemos que se não tivermos realmente uma Palavra de Deus sobre ficar com aquele povo, torna-se difícil manter a chama da missão e da paixão acesas. Podemos até começar a maltratar o povo, ao invés de abençoá-los.
Todavia, se resistirmos no amor e perseverança, com esperança e vencermos as primeiras etapas do choque, mesmo com as contradições do povo e terra, creio que começa um "segundo estagio". Começa o grande segundo desafio: somos confrontados com o fato de que nem tudo que pensamos que sabemos é certo. Começamos também a aprender muitas coisas na cultura.
Não digo com isso que nos "converteremos" a cultura local, mas começamos a ver que não somos os únicos que estamos "salvando" as pessoas, mas que estamos sendo salvos também.
Vamos vivendo coisas que mostram que havia situações dentro de nós que precisavam ser reveladas. Nada como um campo hostil para aflorarem sementes que a gente nem sabia que estavam dentro de nós. Não são poucos os missionários que chegam ao campo e começam a ter atitudes que não tinham em sua própria cultura, seu próprio "habitat".
Costumo dizer que o Nepal é como uma grande maquina de Raio-X de Deus que revela os mais profundos sentimentos escondidos em nossas entranhas. O Nepal tem me ensinado essa ótica, que enquanto vou sendo usado por Deus, Ele vai usando as situações do dia-a-dia para me ministrar e ensinar também. Nesse ponto existe uma interação e cumplicidade com a cultura.
Creio que Deus se ri de ver que a gente pensa que pode controlar muitas coisas, mas no Nepal, coisas corriqueiras como um simples banho quente pode se tornar uma dádiva divina ao percebermos que não temos o total controle de conseguir isso. Por mais simples que pareça, mesmo se tivermos energia, gás, fogo, etc. sempre poderá haver uma situação que mesmo tendo tudo disponível, a água continuara gelada...creio que os anjos se divertem ao perceberem que não temos o controle das situações que antes pensávamos que tínhamos.
Aqui no Nepal, um simples corte de cabelo não sai do jeito que o cliente quer, mas sim do jeito que o cabeleireiro escolher e decidir. Você pode até pedir, para se sentir no controle da situação e ter a paz de consciência que tentou, mas com certeza não será atendido. Afinal, vocês não acham que seria querer demais a gente escolher nosso próprio corte de cabelo? (risos).
Quando cheguei ao Nepal achava tudo errado, estranho, diferente do que eu cria como bom senso, mas com mais de oito anos aqui, vou percebendo que eles não estão errados, mas que tem outro jeito de ver e outro jeito de fazer as mesmas coisas que eu pensava que tinham de ser feitas de um jeito somente.
Com esse prisma, creio que nosso egocentrismo diminui e começamos a ver que devemos também alem de ensinar, aprender muito com o povo e cultura.
Agora já penso: os nepaleses é que estão certos, e que o Nepal é o lugar mais lindo da terra, que Deus colocou no Nepal a coroa da criação física e geográfica: os Himalaia, as maiores montanhas do mundo (detalhe: entre as 10 maiores montanhas do planeta, oito estão dentro da bela terra do Nepal, entre elas o Everest, a maior de todas).
Hoje já penso que eles são os certos e me divirto mais do que me estresso no louco trânsito que ninguém entende onde vai dar tanta buzina, tanta confusão, onde a regra é absolutamente não ter nenhuma regra.
Agora, vejo com emoção as lavouras entrecortadas nas montanhas, as cachoeiras que descem os montes, o povo simples cuidando se suas cabras nas áreas altas...tudo soa lindo, belo, manso, pitoresco. Eles não se preocupam com alta de dólar (afinal, o que é isso? dólar?) eles não têm ações de bolsa, não se preocupam com a vacilante eletricidade do Nepal que tem dado o ar de sua graça apenas oito horas dias por este tempo.
Claro que em muitas situações ainda creio que poderia ser diferente, mas em tudo vamos sendo salvos da perspectiva que "somente nós sabemos fazer as coisas". Vamos diminuindo e o com isso, o Senhor Jesus vai crescendo neles, e com isso digo que "vamos salvando enquanto sendo salvos também".
Creio que isso é muito bom, percebemos que não somos o centro do universo, mas Jesus sim é! Ele é tudo! Sabe tudo! Ensina tudo! Percebemos que nem sempre nossas convicções e posições são as coisas mais importantes da Terra, mas que Ele seja glorificado, isso sim é o mais importante.
Bem, apreciando todas essas coisas, acho que hoje sou mais nepalês do que brasileiro, (já ate gosto do corte de cabelo que o cabeleireiro escolher para mim).
Creio que nisso estou sendo salvo. Não que não seja bom ser brasileiro, mas é bom saber que nem tudo deve ser do jeito que penso que deve ser...creio hoje que é muito melhor ser nepali.
Abraços do lindo e contraditório Nepal. Desta terra amada de Deus e deste povo amado de Deus.


Silvio Tamang

(Diretor Geral do Programa Meninas dos Olhos de Deus no Nepal)


Artigo retirado da 5a Edição da Revista MCMPOVOS

terça-feira, 6 de outubro de 2009

QUANDO OUSEI COMPARTILHAR-ME



Por: Paul Tournier


Pelo fato de ter escrito bastante sobre a necessidade de nos tornarmos "pessoas" uns para os outros, muita gente chegou à conclusão de que eu sou uma daquelas almas abertas e calorosas, para quem é fácil estabelecer relações pessoais. Nada poderia estar mais longe da realidade. Uma olhada nos acontecimentos do início da minha vida, que influíram na formação do meu caráter, pode explicar algo sobre essa inabilidade de minha parte. Meu pai morreu quando eu tinha três meses de idade. Ele era pastor da Igreja de São Pedro, em Genebra, Suíça, aquele enorme monumento acinzentado onde Calvino pregou. Às vezes, eu tinha a impressão de que o homem que o sucedeu como pastor estava tentando substituí-lo também na minha educação. Ele me convidava para ir ao seu escritório e lá perguntava, com voz de janela rangendo: "Muito bem, Paul! Como vão as coisas com você, filho?" Eu ansiava realmente por lhe dizer, mas nenhum de nós tinha a menor idéia de como comunicar tais coisas um ao outro. Minha mãe também morreu quando eu era muito novo, e eu cheguei à adolescência sem jamais ter estabelecido um relacionamento real com alguém. Quando eu tinha doze anos, fui por acaso a uma igreja que não era a de São Pedro. Ali ouvi um sermão evangelístico apaixonado, bem diferente dos cultos solenes a que eu estava acostumado. Ao terminar, o ministro fez um apelo para irmos à frente.


Tímido como eu era, não poderia, é claro, apresentar-me na frente de tanta gente, mas, secretamente, dentro do meu próprio coração, entreguei minha vida a Jesus. Tive imediatamente a maravilhosa sensação de estar sendo chamado para fora deste mundo - onde, de qualquer forma, não me sentia muito à vontade -, a um lugar à parte. E o espantoso resultado foi que, da segurança desse meu lugar à parte, tornei-me um líder. No decorrer de minha adolescência e na escola médica, organizei e dirigi vários grupos de estudantes cristãos. As alocuções que eu proferia eram obras-primas de pesquisa, com citações de uma dúzia de filósofos e teólogos. Quanto mais abstrata era a coisa, mais eu sentia estar honrando a Deus. Contudo, durante todo esse tempo, meu ser íntimo permanecia tão afastado dos outros quanto antes. Não foi senão depois que me graduei na escola médica e comecei a praticar a profissão que as primeiras dúvidas indefinidas sobre tudo isso começaram a surgir. Eu era clínico geral nessa época e via as coisas que todo médico de família vê: a criança brilhante fracassando na escola, a família destroçada pelo alcoolismo, as pessoas idosas solitárias e amarguradas. Uma noite por semana, eu tinha um descanso desses problemas quando me reunia com um grupo de médicos cristãos para oração e estudos. Esses eram gloriosos serões, afastados dos aborrecimentos do dia tanto quanto eu acreditava que a religião devia ser. Por que, então, os rostos do meu consultório haveriam de vir distrair-me a atenção? Quanto mais eu tentava concentrar-me em assuntos teológicos, mais meu espírito vagueava a gente real, com seus problemas bem reais. Tinha trinta e quatro anos quando ouvi falar de um novo grupo cristão que se reunia em Genebra; um grupo que estava atraindo médicos, psicólogos, matemáticos, profissionais mundialmente famosos.


Lembro-me da empolgação com que fui à minha primeira reunião com eles em uma casa antiga e majestosa da "Rue Calvin". Que festim de erudição e permuta intelectual não seria! Imaginem minha perplexidade quando a primeira meia hora dessa assembléia de mentes brilhantes passou-se em total silêncio. Um silêncio "de escuta", explicaram; mas tudo o que se podia ouvir era o tique-taque do relógio que me dizia que tempo precioso estava sendo desperdiçado.


Finalmente, um eminente cientista começou a falar. Contou uma história irrelevante sobre ter omitido algo em sua declaração de imposto de renda. Mais silêncio. Então um teólogo de fama mundial relatou que havia escrito uma carta à sua irmã pedindo perdão por alguma antiga ofensa. Um psiquiatra narrou como tinha vencido a antipatia por certo paciente. E assim foi a coisa, enquanto eu escutava cada vez mais incrédulo: pequenos e triviais assuntos pessoais, nenhum grande tópico mencionado, muito menos resolvido. Ao mesmo tempo que incrédulo, estava me sentindo irritado com essa gente por desnudarem suas almas dessa forma. Lembro-me de ter dito secamente, no fim da noite: "Eu vim em busca de pão e vocês me deram pedra".


Estava, contudo, bem mais impressionado do que admitia até para mim mesmo. Indubitavelmente a irritação vinha do fato de que essa gente estivera falando coisas reais, e eu o sabia.Na manhã seguinte, um tanto de má vontade, sozinho no meu quarto, tentei esse negócio de ouvir Deus. E no silêncio comecei a compreender que eu nada sabia sobre seus pensamentos a meu respeito. Bem, eu podia tecer, em minha cabeça, discursos eruditos sobre ele, porém, com relação a abrir-lhe meu "eu", não sabia mais sobre como consegui-lo diante de Deus do que diante de outras pessoas. Assim, voltei aos meus novos amigos para aprender. E, enquanto eu gradualmente começava a conseguir pela primeira vez na vida real compartilhar, começava a descobrir que a religião não é um compartimento separado, à margem de nossas preocupações cotidianas, mas que quando nós o permitimos, ela pode permear e transformar completamente essas atividades. Mais difícil do que tudo para um indivíduo como eu, foi começar a aprender que nos aproximamos mais de Deus, não quando caminhamos à parte, mas sim, quando nos aproximamos uns dos outros.Uma das primeiras ordens que me vieram quando aprendi a cultivar esse silêncio de escuta, foi que eu devia visitar o ministro a cujo apelo havia respondido quando tinha doze anos. Lutei contra a idéia durante todo o caminho para a sua casa.


O que poderia o homem pensar de um perfeito estranho intrometendo-se em sua vida particular com alguma reminiscência pessoal? O que encontrei ali quando cheguei - e que somente Deus havia visto - foi um homem velho e alquebrado pela vida, nessa triste disposição de ânimo, parecia-lhe quase que desperdiçado. Ele ficou completamente atônito ao saber que seus sermões haviam transformado vidas e eram recordados através dos anos; foi como se eu lhe houvesse dado um presente de inestimável valor. Não muito depois disso, li nos jornais que ele falecera.


Através dessa e de dúzias de experiências semelhantes, compreendi aos poucos o poder que pode vir por meio do compartilhar, muito embora tal coisa fosse contra minhas tendências. E quando ousei compartilhar-me nas minhas relações cristãs, compreendi que isso também era necessário no meu consultório. Não devia olhar para meus pacientes como um caso, mas como uma pessoa; devia preocupar-me não apenas com seus sintomas, mas com sua família, seu trabalho, com todo o complexo de suas experiências passadas, suas esperanças e temores quanto ao futuro. Mais terrificante do que isso, para o indivíduo afastado e fechado que eu continuava a ser por instinto, foi saber que deveria também me tornar uma pessoa para meus pacientes. Não mais "monsieur le docteur" de avental branco e estetoscópio, mas um ser humano amigo que encarava os problemas da vida como seus próprios. Com o tempo, essa transformação do meu pensamento levou-me à psiquiatria, onde o ato de compartilhar pode ter surpreendentes resultados. Uma vez, Deus orientou-me para compartilhar com um paciente algo que me pareceu tão trivial - por demais embaraçoso, sem dúvida - que somente anos de aprendizado no confiar nele forçou-me a fazê-lo. Esse homem vinha me visitando havia várias semanas sem jamais descer ao que realmente o estava incomodando.


Certa manhã, ele me perguntou: "Como você usa o período de silêncio do qual você fala em seus livros?" Suspeitando que ele não estava realmente interessado, mas apenas procurando novamente evitar algum assunto que o assustava, disse-lhe: "Não vamos falar sobre isso. Vamos experimentá-lo". Fechamos nossos olhos e eu orei fervorosamente para que ele pudesse ter uma experiência real com Deus. Quão edificante seria se ele nos desse a ambos uma mensagem inspiradora! Contudo, em vez de inspiração, parece que tudo quanto eu conseguia pensar era sobre as contas que venciam nesse mês. "Tenho de me sentar esta noite", eu refletia, "e estudar as despesas de casa com minha esposa". Isso jamais deveria ter acontecido! Eu deveria estar dando um exemplo de oração e não preocupar-me com dinheiro! Então veio a ordem inconfundível: Confesse a esse homem o que você vinha pensando. Bem, eu resisti como sempre faço, mas finalmente falei. Ele ficou espantado. "É esse o meu problema", gritou. "Eu preciso mentir à minha esposa a respeito de dinheiro todos os dias, porque tenho uma vida secreta. Como você soube?" Com a verdade finalmente diante de nós, fomos capazes de encarar juntos seu problema.


Mas isso poderia não ter acontecido se eu tivesse tentado esconder-me atrás da fachada de "mentor espiritual"; se, de fato, tivesse me negado a compartilhar meu muito falível "eu".Porque descobri que não é quando estamos espiritualmente ensoberbecidos, mas, sim, quando somos mais humanos, que mais nos aproximamos de Deus. Essa é uma verdade que ele tem de me ensinar de novo todos os dias.


O Dr. Paul Tournier é um psiquiatra cristão suíço, autor de inúmeras obras. Este artigo foi publicado originalmente na revista "GUIDEPOSTS" em janeiro de 1971, e traduzido por Zenon Lotufo Jr.

(Artigo retirado do site: www.celebrandodeus.com.br)