quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Primeiro ELE
A minha pergunta hoje para você é: você está preocupado demais com os seus problemas para que não possa se importar primeiro com o coração de Deus e Seu eterno propósito?
Muitos cristãos inadvertidamente trocam a ordem; fazem uma inversão na vida cristã. Eles põem de lado o conhecimento de Deus e Seu propósito eterno e julgam como de maior importância o trabalho interior – que “eu” possa ser mais santo, ou que “eu” possa ser mais vitorioso ou que “eu” possa ser mais espiritual. Tudo o que esses crentes enfatizam é do lado do “eu” e não do lado de Deus. Mas a ordem na qual o Senhor está interessado é esta: que pelo fato de, primeiro, nós O conhecermos e Sua vontade eterna, Ele, por conseguinte, trabalhará em nós para atingir aquele objetivo. O trabalhar em nós é pelo amor do cumprimento do eterno propósito de Deus.
Nossa vitória e nossa obra pessoais são todos para esse propósito eterno.
Entre os filhos de Deus, muitos têm invertido a ordem. O que eles enfatizam são os seus problemas pessoais: como podem obter vitória pessoal, santidade pessoal ou respostas às suas orações pessoais. Naturalmente, há aqueles que não buscam a Deus de forma nenhuma; entretanto, entre os santos que buscam espiritualidade e desejam prosseguir com o Senhor, muitos deles parecem perseguir uma única coisa: como seus problemas pessoais podem ser resolvidos diante do Senhor. Tudo para que eles voltam a atenção são para seus problemas pessoais. O que eles desejam ter e anseiam ver da parte de Deus nada mais é do que livramentos para que possam viver uma vida de paz e felicidade. Muitos dentre o povo de Deus estão centralizados apenas em si mesmos – tudo na vida deles gira em torno deles mesmos, a tal ponto que tudo com que conseguem se preocupar é consigo mesmos.
Nós, de fato, precisamos do trabalhar de Deus em nossas vidas; realmente precisamos muito de vitória pessoal e de santidade, estamos inquestionavelmente precisando de força e poder pessoais e também estamos carentes de livramento e emancipação pessoais. Todavia, o cerne do problema não está nessas coisas. Deus espera que primeiro tenhamos VISÃO – que saibamos qual é a meta da Sua obra e, então, Ele trabalhará em nós para atingir Seu propósito. O propósito de Deus não é meramente nos dar vitória pessoal ou santidade pessoal, pois Seu objetivo não pode ser tão limitado.
Ele quer que nós vejamos que, de eternidade a eternidade, Ele tem Sua obra para realizar, e cada pessoa redimida tem uma parte em Seu plano. Ele trabalha em nós por meio da força do SEU poder com uma primeira e mais importante finalidade: PARA QUE POSSAMOS COMPLETAR SEU ETERNO PLANO.
Nossa visão está freqüentemente circunscrita a um alcance muito pequeno. Não conseguimos enxergar coisas maiores diante de Deus. Quão limitada é nossa compreensão! Ela é como uma criancinha segurando uma nota de dez reais nas mãos. Ela se sente o máximo. Ela olha para aquela cédula como se fosse toda a sua herança! Nossa visão é freqüentemente tão pequena quanto a dessa criancinha. Não vemos o todo nem o eterno. Nós precisamos compreender que Deus VÊ de eternidade a eternidade.
A minha pergunta novamente é: você está preocupado demais com os seus problemas para que não possa se importar primeiro com o coração de Deus e Seu eterno propósito?
Texto de Watchman Nee, extraído do livro “Espírito de Sabedoria e Revelação”, Editora dos Clássicos
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Contudo, queremos chamar a atenção para uma eleição Presidencial que ocorrerá em abril de 2010 (ou seja, dentro de 8 meses) que, por motivos muito óbvios, não terá ninguém que se atreverá a candidatar-se para concorrer ao cargo juntamente com o Sr. Omar Hassan Ahmad al-Bashir que é o presidente desde de 1989, quando tomou o poder mediante um golpe de Estado. Suprimiu todos os partidos políticos, censurou a imprensa e dissolveu o Parlamento, convertendo-se em Diretor do Conselho Revolucionário para a Salvação Nacional, assumindo o posto de chefe de Estado, primeiro-ministro, chefe das forças armadas e ministro da defesa. Em 4 de Março de 2009, o Tribunal Penal Internacional passou um mandado para a captura de Omaral-Bashir, o que ainda não aconteceu. Foi o primeiro Chefe de Estado emexercício a ser alvo de um mandado internacional de captura.
Da mesma maneira, alguns Departamentos Públicos de âmbito nacional, nãoestão mais recebendo dinheiro para a manutenção e salários dos funcionários, os veículos destes departamentos estão estacionados sem gasolina e sem manutenção.
Temos também conversado com os vários quenianos que vivem por aqui e alguns deles, já estão planejando voltar para seu país no final deste ano. Os poucos missionários que aqui estão, têm percorrido o interior do país e nos relatam casos dramáticos: as tribos estão desesperadas de fome e, por isso, estão atacando a todos que chegam por perto. Ademais disso, as muitas doenças os afligem.
O que impede que neste momento haja algum conflito maior é que a ONU tem uma base a cerca de 3 quilômetros de onde estamos, pois o que poderia fazer essageração de viúvas e órfãos?Por favor, não enfoque sua atenção apenas para o Referendum de 2011, massim, esteja intercedendo desde já por essa próxima eleição no mês de abril para que isso não cause nossos conflitos.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
SALVANDO E SENDO SALVOS
Essa motivação de transformação daquilo que possa estar errado nos padrões bíblicos e de bom-senso pode ser justa correta e boa.
No meu humilde ponto de vista creio que essa é a primeira lição que aprendemos, esse é o primeiro ensinamento que temos no campo, esse é o primeiro estagio do tão chamado "choque cultural".
Abraços do lindo e contraditório Nepal. Desta terra amada de Deus e deste povo amado de Deus.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
QUANDO OUSEI COMPARTILHAR-ME
Por: Paul Tournier
Pelo fato de ter escrito bastante sobre a necessidade de nos tornarmos "pessoas" uns para os outros, muita gente chegou à conclusão de que eu sou uma daquelas almas abertas e calorosas, para quem é fácil estabelecer relações pessoais. Nada poderia estar mais longe da realidade. Uma olhada nos acontecimentos do início da minha vida, que influíram na formação do meu caráter, pode explicar algo sobre essa inabilidade de minha parte. Meu pai morreu quando eu tinha três meses de idade. Ele era pastor da Igreja de São Pedro, em Genebra, Suíça, aquele enorme monumento acinzentado onde Calvino pregou. Às vezes, eu tinha a impressão de que o homem que o sucedeu como pastor estava tentando substituí-lo também na minha educação. Ele me convidava para ir ao seu escritório e lá perguntava, com voz de janela rangendo: "Muito bem, Paul! Como vão as coisas com você, filho?" Eu ansiava realmente por lhe dizer, mas nenhum de nós tinha a menor idéia de como comunicar tais coisas um ao outro. Minha mãe também morreu quando eu era muito novo, e eu cheguei à adolescência sem jamais ter estabelecido um relacionamento real com alguém. Quando eu tinha doze anos, fui por acaso a uma igreja que não era a de São Pedro. Ali ouvi um sermão evangelístico apaixonado, bem diferente dos cultos solenes a que eu estava acostumado. Ao terminar, o ministro fez um apelo para irmos à frente.
Tímido como eu era, não poderia, é claro, apresentar-me na frente de tanta gente, mas, secretamente, dentro do meu próprio coração, entreguei minha vida a Jesus. Tive imediatamente a maravilhosa sensação de estar sendo chamado para fora deste mundo - onde, de qualquer forma, não me sentia muito à vontade -, a um lugar à parte. E o espantoso resultado foi que, da segurança desse meu lugar à parte, tornei-me um líder. No decorrer de minha adolescência e na escola médica, organizei e dirigi vários grupos de estudantes cristãos. As alocuções que eu proferia eram obras-primas de pesquisa, com citações de uma dúzia de filósofos e teólogos. Quanto mais abstrata era a coisa, mais eu sentia estar honrando a Deus. Contudo, durante todo esse tempo, meu ser íntimo permanecia tão afastado dos outros quanto antes. Não foi senão depois que me graduei na escola médica e comecei a praticar a profissão que as primeiras dúvidas indefinidas sobre tudo isso começaram a surgir. Eu era clínico geral nessa época e via as coisas que todo médico de família vê: a criança brilhante fracassando na escola, a família destroçada pelo alcoolismo, as pessoas idosas solitárias e amarguradas. Uma noite por semana, eu tinha um descanso desses problemas quando me reunia com um grupo de médicos cristãos para oração e estudos. Esses eram gloriosos serões, afastados dos aborrecimentos do dia tanto quanto eu acreditava que a religião devia ser. Por que, então, os rostos do meu consultório haveriam de vir distrair-me a atenção? Quanto mais eu tentava concentrar-me em assuntos teológicos, mais meu espírito vagueava a gente real, com seus problemas bem reais. Tinha trinta e quatro anos quando ouvi falar de um novo grupo cristão que se reunia em Genebra; um grupo que estava atraindo médicos, psicólogos, matemáticos, profissionais mundialmente famosos.
Lembro-me da empolgação com que fui à minha primeira reunião com eles em uma casa antiga e majestosa da "Rue Calvin". Que festim de erudição e permuta intelectual não seria! Imaginem minha perplexidade quando a primeira meia hora dessa assembléia de mentes brilhantes passou-se em total silêncio. Um silêncio "de escuta", explicaram; mas tudo o que se podia ouvir era o tique-taque do relógio que me dizia que tempo precioso estava sendo desperdiçado.
Finalmente, um eminente cientista começou a falar. Contou uma história irrelevante sobre ter omitido algo em sua declaração de imposto de renda. Mais silêncio. Então um teólogo de fama mundial relatou que havia escrito uma carta à sua irmã pedindo perdão por alguma antiga ofensa. Um psiquiatra narrou como tinha vencido a antipatia por certo paciente. E assim foi a coisa, enquanto eu escutava cada vez mais incrédulo: pequenos e triviais assuntos pessoais, nenhum grande tópico mencionado, muito menos resolvido. Ao mesmo tempo que incrédulo, estava me sentindo irritado com essa gente por desnudarem suas almas dessa forma. Lembro-me de ter dito secamente, no fim da noite: "Eu vim em busca de pão e vocês me deram pedra".
Estava, contudo, bem mais impressionado do que admitia até para mim mesmo. Indubitavelmente a irritação vinha do fato de que essa gente estivera falando coisas reais, e eu o sabia.Na manhã seguinte, um tanto de má vontade, sozinho no meu quarto, tentei esse negócio de ouvir Deus. E no silêncio comecei a compreender que eu nada sabia sobre seus pensamentos a meu respeito. Bem, eu podia tecer, em minha cabeça, discursos eruditos sobre ele, porém, com relação a abrir-lhe meu "eu", não sabia mais sobre como consegui-lo diante de Deus do que diante de outras pessoas. Assim, voltei aos meus novos amigos para aprender. E, enquanto eu gradualmente começava a conseguir pela primeira vez na vida real compartilhar, começava a descobrir que a religião não é um compartimento separado, à margem de nossas preocupações cotidianas, mas que quando nós o permitimos, ela pode permear e transformar completamente essas atividades. Mais difícil do que tudo para um indivíduo como eu, foi começar a aprender que nos aproximamos mais de Deus, não quando caminhamos à parte, mas sim, quando nos aproximamos uns dos outros.Uma das primeiras ordens que me vieram quando aprendi a cultivar esse silêncio de escuta, foi que eu devia visitar o ministro a cujo apelo havia respondido quando tinha doze anos. Lutei contra a idéia durante todo o caminho para a sua casa.
O que poderia o homem pensar de um perfeito estranho intrometendo-se em sua vida particular com alguma reminiscência pessoal? O que encontrei ali quando cheguei - e que somente Deus havia visto - foi um homem velho e alquebrado pela vida, nessa triste disposição de ânimo, parecia-lhe quase que desperdiçado. Ele ficou completamente atônito ao saber que seus sermões haviam transformado vidas e eram recordados através dos anos; foi como se eu lhe houvesse dado um presente de inestimável valor. Não muito depois disso, li nos jornais que ele falecera.
Através dessa e de dúzias de experiências semelhantes, compreendi aos poucos o poder que pode vir por meio do compartilhar, muito embora tal coisa fosse contra minhas tendências. E quando ousei compartilhar-me nas minhas relações cristãs, compreendi que isso também era necessário no meu consultório. Não devia olhar para meus pacientes como um caso, mas como uma pessoa; devia preocupar-me não apenas com seus sintomas, mas com sua família, seu trabalho, com todo o complexo de suas experiências passadas, suas esperanças e temores quanto ao futuro. Mais terrificante do que isso, para o indivíduo afastado e fechado que eu continuava a ser por instinto, foi saber que deveria também me tornar uma pessoa para meus pacientes. Não mais "monsieur le docteur" de avental branco e estetoscópio, mas um ser humano amigo que encarava os problemas da vida como seus próprios. Com o tempo, essa transformação do meu pensamento levou-me à psiquiatria, onde o ato de compartilhar pode ter surpreendentes resultados. Uma vez, Deus orientou-me para compartilhar com um paciente algo que me pareceu tão trivial - por demais embaraçoso, sem dúvida - que somente anos de aprendizado no confiar nele forçou-me a fazê-lo. Esse homem vinha me visitando havia várias semanas sem jamais descer ao que realmente o estava incomodando.
Certa manhã, ele me perguntou: "Como você usa o período de silêncio do qual você fala em seus livros?" Suspeitando que ele não estava realmente interessado, mas apenas procurando novamente evitar algum assunto que o assustava, disse-lhe: "Não vamos falar sobre isso. Vamos experimentá-lo". Fechamos nossos olhos e eu orei fervorosamente para que ele pudesse ter uma experiência real com Deus. Quão edificante seria se ele nos desse a ambos uma mensagem inspiradora! Contudo, em vez de inspiração, parece que tudo quanto eu conseguia pensar era sobre as contas que venciam nesse mês. "Tenho de me sentar esta noite", eu refletia, "e estudar as despesas de casa com minha esposa". Isso jamais deveria ter acontecido! Eu deveria estar dando um exemplo de oração e não preocupar-me com dinheiro! Então veio a ordem inconfundível: Confesse a esse homem o que você vinha pensando. Bem, eu resisti como sempre faço, mas finalmente falei. Ele ficou espantado. "É esse o meu problema", gritou. "Eu preciso mentir à minha esposa a respeito de dinheiro todos os dias, porque tenho uma vida secreta. Como você soube?" Com a verdade finalmente diante de nós, fomos capazes de encarar juntos seu problema.
Mas isso poderia não ter acontecido se eu tivesse tentado esconder-me atrás da fachada de "mentor espiritual"; se, de fato, tivesse me negado a compartilhar meu muito falível "eu".Porque descobri que não é quando estamos espiritualmente ensoberbecidos, mas, sim, quando somos mais humanos, que mais nos aproximamos de Deus. Essa é uma verdade que ele tem de me ensinar de novo todos os dias.
O Dr. Paul Tournier é um psiquiatra cristão suíço, autor de inúmeras obras. Este artigo foi publicado originalmente na revista "GUIDEPOSTS" em janeiro de 1971, e traduzido por Zenon Lotufo Jr.
(Artigo retirado do site: www.celebrandodeus.com.br)quinta-feira, 24 de setembro de 2009
INOCENTE NINGUÉM
No Brasil, poderíamos dar a ela uma linda Escolinha onde ela pudesse aprender ballet que tanto deseja entre várias outras coisas, ter excelentes professores e amiguinhos, viver próximo aos avós, titios e priminhos, sair para passear no shopping ou ir a praia e muito mais... mas o que seria destas crianças e viúvas sudanesas?
Pr. Marcelo Belitardo
Coordenador da MCM Norte da África e Índia
Escrevendo diretamente do Sudão
Para contribuir com esta obra, acesse e contribua: http://www.orfaosdosudao.com.br/
Divulgue!
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
ISLAMIZAÇÃO DA ÁFRICA
O islamismo começou a se espalhar pela África logo após sua fundação, após a fuga dos muçulmanos a perseguição em Meca. Começando pela Eritréia e Egito, os muçulmanos se estabeleceram na África por causa das atividades mercadoras comerciais e também o caráter proselitista do islã. Nos últimos dois séculos o motor do domínio islâmico na região foi a busca por regiões petrolíferas. Entre 1869 e 1914 o islamismo na África praticamente dobrou. Atualmente, a África é constituida de: 45% de muçulmanos, 40% cristãos e menos de 15% ateus ou seguem cultos africanos.
Algumas estimativas demonstram que a taxa de crescimento do islamismo é duas vezes mais rápida do que a do cristianismo na África. Abaixo os 15 países com maior população islâmica no continente:
Somália 100%
Mauritânia 100%
Saara Ocidental 100%
Djibouti 99%
Tunísia 98%
Marrocos 98.7%
Argélia 97%
Líbia 97%
Nigéria 96%
Senegal 95%
Mali 94%
Guiné 92%
Gâmbia 90%
Egito 85%
Sudão 80%
Somália
Na Somália, 100% muçulmana, para 90% das crianças em idade escolar, os únicos estabelecimentos de ensino existentes são as escolas corânicas. Após uma longa e sangrenta guerra civil, as únicas instituições que funcionam são os tribunais, escolas e mesquitas islâmicas. São estas instituições que conseguem trazer alguma ordem a zonas anteriormente anárquicas. A lei da sharia está em vigor desde 1993.
Sudão
A descoberta de petróleo no Sul do Sudão, em 1983, contribuiu para o reacender da guerra e conflito entre o Sul cristão e animista e o norte muçulmano. Desde então, as diferenças religiosas e étnicas têm sido usadas como arma para controlar as áreas de produção. Cartum procura impor a Sharia a todo o país, ao contrário dos outros Estados africanos, onde apenas é imposta às comunidades muçulmanas.
Fonte: “Penetração islâmica na África” * Carla Folgôa
Licenciada em Relações Internacionais pela UAL. Assessora da Direcção do Conselho Português para os Refugiados.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
A mulher de Samaria
Existem muitos pontos que podem ser observados nesta passagem. Em primeiro lugar, Samaria era um lugar em que Jesus, que ia para a Galiléia, propositalmente parou. Isso fala da soberania de Deus em prover circunstâncias de encontro entre os sedentos e Aquele que nos dá vida.
Observamos também, pelo próprio texto, que a mulher era samaritana. Culturalmente era um grande escândalo um judeu falar com uma samaritana. Era como uma grande humilhação e até mesmo contaminação, segundo os raciocínios da época. Isso nos fala que Jesus está acima de qualquer impedimento, seja ele físico, cultural, ou da nossa própria natureza e caráter. Ele, que é Deus, se humilhou na forma humana e se aproximou de todos nós por meio de Sua encarnação. Creio que o aproximar de Jesus à mulher samaritana nos remete ao aproximar de Cristo à humanidade, quando do céu desceu para suportar a forma humana.
“o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, mas esvaziou-se de si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens” Fp 2: 6-7
O aproximar-se de Jesus a nós é uma expressão da GRAÇA. Graça é DEUS se dando a nós por meio de CRISTO, para fazer em nós e por nós aquilo que jamais poderíamos fazer. Quando Jesus, um judeu, se aproxima da mulher samaritana Ele manifesta essa graça. Não se aproxima de ninguém por causa de merecimento, mas sim pelo Seu desejo de dispensar-se a todos que têm sede de vida.
Alguns dizem que Ele queria quebrar os tabus da época. Creio que essa não era Sua intenção. Sua intenção de aproximação da mulher samaritana tinha uma finalidade muito superior: oferecer algo que somente Ele possuía, que realmente poderia saciá-la. Assim Ele fez quando encarnado se aproximou da humanidade, revelando um conceito a respeito de vida que somente por meio Dele mesmo poderia ser revelado a todos nós.
Sobre esse NOVO CONCEITO a respeito de vida que todo o quadro do encontro desse texto trata.
A mulher de Samaria tinha expectativas de que a sua necessidade iria ser suprida pelas coisas que esse mundo oferecia a ela. Sua esperança de satisfação estava depositada na fonte do que a terra lhe provia. Todavia, bem sabia que nenhuma das coisas que buscou verdadeiramente a satisfizeram. Pelo menos dois pontos demonstram isso:
1 - Quando ela deseja a água do poço. A água do poço é uma água parada, é uma água que brota dos lençóis da Terra. A melhor tradução para a palavra poço é, na verdade, a palavra fonte. Fonte significa o lugar de onde vem o suprimento. A fonte de Jacó representa o suprimento que vem da Terra. Esse poço não representa simplesmente uma figura natural, mas também uma figura a respeito da fonte espiritual na qual a mulher se supria. Jesus poderia ter se encontrado com essa mulher em outro lugar. Poderia tê-la parado na rua, ou se aproximar enquanto comprava um figo na feira, mas não. Ele decidiu se encontrar com ela no poço de Jacó. Por quê? Porque ali ela seria confrontada com as DUAS FONTES. A fonte que por gerações e gerações sempre serviu a seu povo e a nova fonte que se apresentava diante dela, que não vinha da Terra, mas era uma PESSOA. Logo no começo da conversa existe um questionamento que a mulher coloca: “Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva”? verso 11.
2 – Quando ela pede a Jesus a água que sacia. “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la”, verso 15. Jesus se apresentou para a mulher como a água que sacia, a água da vida. Imediatamente, como se estivesse desesperadamente desejosa por exatamente isso, a mulher pede a Jesus! Veja bem o que ela disse: “para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la”. Ela sabia que não era somente uma questão de sede natural. Ela sabia que o poço de Jacó não se tratava apenas de uma figura natural na sua vida, mas de um teto espiritual. Ela sabia que aquele poço era a representação de uma vida insaciável.
Podemos tirar algumas aplicações a respeito do comportamento da mulher de samaria:
1 - Muitas vezes, nós estamos com a nossa expectativa de sermos supridos completa ou parcialmente com os olhos no que esse mundo pode prover. Inquietamos-nos porque precisamos ter uma série de coisas, senão, não seremos felizes e satisfeitos. Não é problema ter coisas, pelo contrário, é bom! Entretanto, quando a condição da nossa satisfação está nessas coisas, isso é um problema. O problema é quando vivemos insatisfeitos, vivemos com sede de mais, de algo mais e nunca nos saciamos e achamos que as coisas desse mundo vão poder nos saciar definitivamente, aí estamos no mesmo engano que a mulher de Samaria.
Você tem sua expectativa no poço de Jacó? O quê você está buscando? Do quê você tem reclamado? Qual tem sido o seu alvo de insatisfação?
2 – Precisamos cuidadosamente olhar para nosso coração e sinceramente analisar se a dor, ou a ferida, ou a insatisfação com a vida, a chateação com relacionamentos pode ter alguma solução com base naquilo que esse mundo oferece. Você realmente acredita que esse mundo pode apresentar a solução para a nossa insatisfação com o que quer que seja? Apesar de muito simples, precisamos compreender que: a fonte da satisfação não está em nada daquilo que esse mundo pode oferecer. Precisamos chegar à mesma conclusão que a mulher de Samaria: eu estou sedenta e este poço na qual gerações beberam é totalmente incapaz de suprir a minha sede! Diante das insatisfações detectadas em sua vida, você pode perceber o quanto tem insistido em buscar uma solução que venha deste mundo? Renda-se diante das suas frustrações e beba do Único que pode suprir verdadeiramente!
3 - Esse evento da mulher de Samaria nos comprova algo: a raiz de nossas frustrações e inquietações não está fora de nós, mas dentro de nós! Se a cobiça não estiver em nosso coração, o desejo de posse perde a sua força e sentido. Se a própria vida de Cristo estiver transbordante em nós, estaremos tomados de toda a plenitude! Quem é pleno não pode ter falta de nada. Jesus precisava comer, vestir-se, dormir, mas Ele era pleno de vida. A vida natural e todas as nossas necessidades não são ignoradas, mas o sentimento de INSATISFAÇÃO não vem de fora para dentro, mas de dentro para fora. Esse sentimento vem de um coração que não percebeu ainda sua verdadeira fonte.
Independente do estado ou da situação que passamos ou poderemos passar, essa verdade é consoladora: para nós está disponível uma água que nos sacia e que faz de nós uma fonte a jorrar para a vida eterna, em qualquer tempo ou situação. Essa é uma verdade eterna!
Não por acaso Jesus traz à tona a questão dos maridos da mulher samaritana. Era nos relacionamentos que ela buscava a satisfação de sua alma despedaçada. Na situação mais deplorável em que aquela mulher se apresentava, Ele é solução! Tantos maridos nós temos quando nos associamos ao que o mundo apresenta, em tentativas frustradas de obter satisfação, mas mesmo depois de termos nos casado e nos frustrado tantas vezes, finalmente Nele podemos encontrar nosso Noivo eterno! Descansados nos braços Daquele que finalmente é a nossa própria vida. Para quem fomos feitos e predestinados.
Finalmente é importante observar que essa grande confrontação entre a fonte do mundo e a fonte que é Cristo resulta em outro assunto: adoração.
Quem não tem revelação não pode adorar. A adoração é uma atividade que só pode ser feita em espírito. A adoração é uma reação à revelação. Revelação de quê? De que Ele é a fonte da VIDA, de que Ele é o messias que viria e Nele reside toda a nossa existência, de que Ele é a expressão exata do ser de Deus, Aquele que preenche tudo em todos.
Que possamos compreender essa verdade: a fonte de TUDO está agora habitando em nós, do que poderemos ter falta?
“Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida”. Apocalipse 21:6